domingo, 9 de agosto de 2009

Certeau e Foucault: pensadores do nosso tempo


Certeau faz uma inversão em relação as nossas formas usuais de ver o cotidiano e o homem ordinário (o homem comum). Para ele, o cotidiano é o espaço e o tempo do que é vivido. Esse cotidiano tem seu caráter de previsibilidade quanto ao que fazer, mas o como fazer, de acordo com Certeau, é inventividade - é a arte do fraco, que “tira proveito de forças que lhes são estranhas. No lugar do discurso, apresenta a decisão, o ato”. As estratégias – o “discurso”, a arte do forte – vem do alto e de fora, “de um sujeito de querer e poder”, e podem se traduzir em produtos, como normas, leis, discursos, livros, propagandas. Mas Certeau alerta para o fato de que, uma vez produzidos, pode-se dizer que ocorre a sua morte, e que a vida se dá no consumo que o homem ordinário faz desses produtos. Ele faz também uma nova inversão ao ver o homem comum como consumidor ativo, quase que um novo autor dos mesmos produtos. A tradução que o homem comum faz é fruto da inventividade presente no cotidiano – a arte do fraco – e é essa a tática do homem ordinário para conviver com a estratégia que vem de um lugar de poder distante e impessoal.[1]
E o que ambos - Foucault e Certeau - tem em comum?
A ousadia tranquila de ver o mesmo que todos, de uma forma diferente. E, ainda assim, serem de uma obviedade incontestável. Mudaram o rumo, foram na contra-mão. É uma boa idéia!

[1] [1] Resumo apresentado em abril/2009, como exigência da disciplina de Questões Atuais da Educação, ministrada pelo Professor Dr. Carlos Eduardo Ferraço. Grupo: Adriana, Alfredo, Ana Paula, Cynthia, Claudenice e Denise
Imagem: Cotidiano em Santo Antonio, de José Pereira

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